LGPD no RH: entenda os impactos e erros mais comuns
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Elaborada em 2018, a LGPD ou Lei Geral de Proteção de Dados Pessoas veio para mudar completamente a maneira que as empresas lidam com dados pessoais de outras pessoas, por isso é tão essencial entender como se encaixa a LGPD no RH. Se você ainda não conhece a lei, nem sabe como ela pode afetar a […]
LGPD no RH: entenda os impactos e erros mais comuns
Elaborada em 2018, a LGPD ou Lei Geral de Proteção de Dados Pessoas veio para mudar completamente a maneira que as empresas lidam com dados pessoais de outras pessoas, por isso é tão essencial entender como se encaixa a LGPD no RH. Se você ainda não conhece a lei, nem sabe como ela pode afetar a sua empresa no que se refere aos processos de recrutamento e seleção, esse conteúdo é para você.
O que é LGPD?
LGPD é a sigla para Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709) que estabelece as diretrizes, direitos e deveres que deverão ser considerados no tratamento dos dados pessoais.
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Sendo assim, desde 2020, qualquer empresa que salvar no seu banco de dados informações sobre os clientes (mesmo que sejam as mais básicas, como nome e e-mail) precisam seguir à risca os procedimentos previstos nessa lei.
Quem precisa se adequar a lei geral de proteção de dados?
Toda pessoa (seja física, ou jurídica) que por algum motivo trate dados pessoais (da coleta à eliminação), desde que dentro dos seguintes requisitos:
1 – O processo seja realizado no Brasil, ou seja, a coleta dos dados aconteçam no território nacional e a empresa seja sediada aqui;
2 – Os dados coletados sejam destinados à oferta de bens/serviços.
Relativamente ao RH, nos processos de recrutamento e seleção, qualquer empresa que possuir um banco de talentos com currículos de candidatos brasileiros precisa se adequar à LGPD.
Em caso de não cumprimento, as penalidades podem variar de advertência a multas (que podem ser diárias!) de até 2% do faturamento da empresa ou o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta MILHÕES de reais) por infração. [emoji assustado]
LGPD no RH: como aplicar nas empresas?
A LGPD deve ser aplicada em todas as empresas, independente do seu porte. Mesmo empresas mais antiquadas, avessas à tecnologia e que ainda mantém os registros na base da papelada. Afinal, são dados pessoais de cidadãos que estão ali armazenados com a empresa, independente se de maneira física ou digital.
Inicialmente, é preciso definir uma equipe (ou pessoa) responsável pela análise de todos os procedimentos internos, referentes à coleta e fluxo de dados na empresa, envolvendo terceiros com os quais a empresa tenha que “dividir” esses dados. Nas empresas mais modernas, se utiliza o termo compliance para nomear esse time. Compliance vem de compliant e significa estar em conformidade com leis e regulamentos.
Assim, depois de documentados e analisados todos os fluxos, onde se detectar deficiências, é necessário proceder de forma a tornar a utilização dos dados totalmente aderente à lei e segura tanto para os colaboradores quanto para a empresa.
Impactos da LGPD no RH: o que muda na rotina?
Quanto a LGPD no RH propriamente dito: desde os primórdios, o RH é um departamento que trabalha diretamente com dados. Por isso, a aprovação dessa nova lei faz com que o departamento precise garantir a segurança das informações, zelando pela transparência do tratamento e armazenamento, além de ter a autorização prévia para coletá-los e tratá-los.
Ah, é importante destacar que as empresas já são automaticamente autorizadas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoas a utilizar os dados dos seus funcionários para fins de contratos, especialmente os que trazem benefícios ao time.
De toda forma, é importante ser bastante criterioso em todos os processos, para que a lei seja cumprida na sua totalidade, do processo de recrutamento e seleção, passando pela contratação/efetivação e indo até o desligamento do funcionário.
Como a LGPD afeta o recrutamento e seleção?
A LGPD determina que os dados sejam coletados apenas para fins “específicos, explícitos e legítimos”. Ou seja, para obter dados de candidatos num processo de recrutamento e seleção, por exemplo, você pode coletar os dados referentes ao motivo dessa coleta e desde que você pretenda utilizar esses dados dentro dos próximos 30 dias.
Além disso, as empresas precisam ter políticas de privacidade e uso dos dados claros e os recrutadores são obrigados a disponibilizar essas políticas a todos os candidatos, que também devem ser informados onde esses dados estão sendo armazenados. Além disso, a empresa deve declarar de maneira pública que utilizará aqueles dados única e exclusivamente para fins de recrutamento.
8 pontos importantes a se destacar
Sem dúvidas o RH é um departamento com uma demanda crucial de gerenciamento e armazenamento de dados pessoais, seja dos funcionários da empresa ou dos candidatos às vagas disponibilizadas.
Assim, é preciso ficar atento às adequações que devem ser realizadas por conta da LGPD. Por isso, destacamos aqui os 8 principais pontos para considerar em todos os processos que envolverem coleta, armazenamento e/ou tratamento de dados:
Não discriminação: os dados coletados não devem ser objeto de discriminação contra seus titulares;
Prevenção: os dados devem ser protegidos de forma preventiva, ou seja, ANTES que aconteçam problemas;
Responsabilidade: a empresa precisa garantir a proteção dos dados de funcionários e clientes;
Transparência: as informações passadas pela empresa devem ser claras e verdadeiras;
Acesso: o titular dos dados têm direito a consultar, de forma livre e gratuita, os seus dados coletados pela empresa;
Necessidade: devem ser coletados apenas dados essenciais para o objetivo proposto;
Adequação: os dados devem ser utilizados exclusivamente com a finalidade informada aos proprietários;
Finalidade: o tratamento dos dados deve ser feito com fins específicos, legítimos e bem esclarecidos.
Ao longo do conteúdo fica muito claro que a LGPD foi criada como uma maneira de fornecer mais proteção aos titulares de dados em relação a como as empresas em geral, tratam e processam seus dados, principalmente nesse momento de digitalização que vive o mundo.
Ainda existem algumas ressalvas em relação a como tudo que é disposto na lei será efetivamente interpretado, aplicado e principalmente fiscalizado, mas, a privacidade de dados e tudo que envolve seu processamento não pode ficar no marasmo.
Toda a empresa deve estar ciente que qualquer tipo de infração na manipulação de dados pessoais é responsabilidade de todos, logo, é papel do RH inserir na cultura da empresa essa responsabilidade, criando práticas diárias com os funcionários para manter o assunto sempre em alta.
Manuela Centeno
Adorei o conteúdo, faz muito sentido!