Esgotamento profissional: como identificar o burnout
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Você provavelmente já escutou sobre a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Esse termo, apesar de não ser recente, se popularizou bastante nos últimos anos, principalmente quando a OMS determinou o burnout como um problema de saúde ligado ao trabalho. Neste artigo nós vamos falar um pouco sobre o que é […]
Esgotamento profissional: como identificar o burnout
Você provavelmente já escutou sobre a síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Esse termo, apesar de não ser recente, se popularizou bastante nos últimos anos, principalmente quando a OMS determinou o burnout como um problema de saúde ligado ao trabalho. Neste artigo nós vamos falar um pouco sobre o que é essa condição e como evitá-la na sua empresa.
Saúde mental é um assunto que até bem pouco tempo atrás ainda era um grande tabu. Pouco se falava e quando se falava não eram comentários positivos ou de apoio, pelo contrário, era algo carregado de preconceito.
Nos últimos anos o cenário está mudando, cada vez mais isso se torna pauta e as pessoas estão começando a encarar a saúde mental com a mesma importância que a saúde física recebe.
E essas pautas não estão só no dia a dia das pessoas, como também no ambiente corporativo. Aos poucos, a saúde mental tem se tornado prioridade e hoje muitas empresas já contam com o suporte psicológico adequado para seus colaboradores.
Um dos aspectos psicológicos mais discutidos é o esgotamento profissional, já que existe muita relação entre a rotina de trabalho e essa condição. A seguir, nós explicaremos os principais pontos sobre essa síndrome.
O que é o esgotamento profissional?
A Síndrome de Burnout, ou esgotamento profissional, é caracterizada pelo desgaste mental excessivo e pela exaustão física, emocional e mental devido ao alto nível de estresse no trabalho. Hoje, ela é considerada uma doença ocupacional, reconhecida oficialmente pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Para muitos, ela pode parecer inofensiva ou passageira, mas a verdade é que ela pode desencadear doenças bem mais graves, como uma depressão profunda, crises de ansiedade, de pânico e até refletir na saúde física dos colaboradores.
Quando uma pessoa passa por uma situação de esgotamento profissional, especialistas da área da saúde identificaram cinco principais fases que ditam uma síndrome de burnout, que são:
Pico de ansiedade
É o momento que a pessoa está esperançosa, ambiciosa, sedenta por resultados e conquistas. Ela começa a gastar toda sua energia, em um pico de ansiedade, querendo dar tudo de si e fazer todas as coisas possíveis e impossíveis de uma vez só.
Frustração
Como se pode imaginar, a etapa anterior causa bastante frustração, porque é impossível manter esse pico de ansiedade por muito tempo e não tem como resolver todos os nossos problemas em um dia. Fora que alguns resultados não acontecem de imediato, por isso essa etapa acaba acontecendo.
Raiva
Para acompanhar a frustração, um comportamento muito comum é a raiva. Mesmo que a pessoa não seja uma pessoa estressada normalmente, essa síndrome acaba causando uma mudança drástica de comportamentos. Os sentimentos ficam à flor da pele e a raiva aparece frequentemente.
Apatia
Logo após temos a fase da apatia, ou seja, a falta de sentimento, a neutralidade. Essa fase parece inofensiva para a maior parte das pessoas, mas é uma das mais perigosas, já que é um dos maiores sintomas da depressão. A pessoa não sente vontade de nada, não consegue mais sentir prazer no que faz.
Esgotamento
Por fim, chegamos ao ápice da síndrome, aqui é onde ela mora de verdade. O esgotamento mental, o cansaço, a sensação de não aguentar mais. Como vimos, para chegar até aqui existe um longo percurso, por isso, existem formas de não deixar isso avançar tanto.
Entenda que o burnout não surge repentinamente e é por isso que essa síndrome é conhecida como um esgotamento, ou seja, quando as situações vão se acumulando até você atingir seu limite.
Quais são os sintomas do esgotamento profissional?
“Ok, sabemos que podemos evitar, mas como fazemos isso? Quais são os sinais? Como identificar se estamos ou se alguém está com a Síndrome de Burnout?” Bom, vamos para os sintomas mais famosos, segundo especialistas:
- Cansaço mental e físico excessivos;
- Insônia;
- Dificuldade de concentração;
- Perda de apetite;
- Irritabilidade e agressividade;
- Lapsos de memória;
- Baixa autoestima;
- Desânimo e apatia;
- Dores de cabeça e no corpo;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota, de fracasso e de insegurança;
- Isolamento social;
- Pressão alta;
- Tristeza excessiva.
Em que áreas profissionais a Síndrome de Burnout é mais presente?
Pois é, você não leu errado! Existem algumas áreas específicas que se destacam no número de casos de pessoas com essa síndrome. Uma pesquisa realizada em 2018 revelou que 60% das pessoas que trabalham com tecnologia, comunicação e marketing digital sofrem com essa condição psicológica.
Isso se explica com a atualização constante dessas áreas, o mercado da tecnologia e da comunicação está sempre inovando e mudando. Consequentemente, quem trabalha nessas áreas precisa acompanhar.
Acaba que esses profissionais estão sempre alertas a tudo que está acontecendo dentro e fora do trabalho, para que sempre possam se adaptar e aproveitar oportunidades. Causando, assim, um desgaste enorme.
Como identificar uma situação de esgotamento profissional?
Se você já percebeu que seus colaboradores andam meio improdutivos, desengajados e desmotivados, talvez as coisas não andem muito bem.
Quanto mais saudável for o clima do trabalho, com certeza, mais pessoas vão se sentir felizes, satisfeitas e engajadas com a empresa. Já em ambientes tóxicos, que não prezam pelo respeito, empatia e pelo colaborador em geral, as chances de também ter profissionais que desenvolvam o esgotamento profissional são maiores.
Separamos aqui os principais sinais que podem indicar que seus colaboradores e, consequentemente, sua equipe não anda muito bem e podem estar desenvolvendo uma situação de esgotamento. Por isso, fique de olho nestes comportamentos:
#1 Baixa produtividade
Existem vários motivos que levam à baixa produtividade, até porque cada pessoa se comporta de maneiras diferentes.
Mas, em geral, a baixa produtividade está atrelada a problemas no clima organizacional e na gestão. Por isso, se seu time deixou de ser produtivo, diminuiu a qualidade das entregas e aumentou os atrasos é porque algo não anda muito bem.
#2 Baixo engajamento
O engajamento é uma forma de envolver os colaboradores com a empresa, gerando assim, um sentimento de pertencimento e satisfação. Porém, quando você percebe que sua equipe já não se envolve mais com o propósito e com as ações da empresa, também é um sinal que as coisas andam mal.
#3 Absenteísmo
Também há vários motivos que levam os colaboradores a se ausentarem no trabalho. Mas, quando a taxa de absenteísmo é alta, provavelmente, tem algo que está desmotivando os profissionais a irem trabalhar.
Aliás, há cinco anos, a OMS disse em entrevista que até 2020 a depressão seria a maior causa de afastamento do trabalho. Imagine depois da pandemia!
Por isso, faltas e atrasos constantes podem indicar que as coisas não vão bem como time e, principalmente, que a saúde emocional dos colaboradores podem estar sendo afetadas.
#4 Conflitos internos
Discutir não precisa ser negativo, mas, quando isso se torna um conflito e acontece com muita frequência, pode ser um sinal que seu time não anda bem. O estresse e o esgotamento são fatores que aumentam os conflitos e desestabilizam o time.
#5 Falta de inovação
Pessoas desmotivadas, desengajadas, exaustas e com um alto número de demandas não costumam ser criativas e inovadoras no trabalho.
Quando os processos caem em uma rotina “robotizada”, quando você sente que seu time sempre repete as mesmas coisas, sem trazer novas estratégias, novas soluções e opiniões, é porque as coisas não devem estar boas.
O que a empresa pode fazer para evitar o esgotamento profissional?
Agora a parte mais importante: o que fazer nesses casos? E o que fazer para EVITAR esses casos? Saiba que, sim, a empresa pode e deve tomar atitudes sobre isso. Aqui vão 5 dicas:
#1 Ambiente de trabalho confortável e acolhedor
Passamos a maior parte da nossa vida no trabalho. O mínimo que podemos oferecer é um ambiente agradável, seguro e pronto para receber pessoas de todos os tipos.
Para isso, você pode focar em melhorias que mudem o clima organizacional e transformem o ambiente de trabalho em um local seguro, confortável e adequado para seus colaboradores.
#2 Estimular o crescimento e ter plano de carreira definido
Se não temos sonhos, não temos nada. É necessário sempre estimular a ambição dos colaboradores, para que eles sonhem alto e estejam sempre motivados a atingir objetivos de vida. Porém, é claro, com um plano de ação bem definido, sem precisar acelerar nada, nem passar dos limites.
#3 Ver o descanso como um direito, não como um prêmio
Esse é um ponto-chave. Muitas pessoas acreditam que o descanso é uma recompensa, mas ele não é, descansar é um direito. Ninguém consegue trabalhar de forma ininterrupta. O descanso é uma necessidade e uma obrigação.
#4 Possuir momentos de descontração e relaxamento
Além do descanso, é fundamental que existam momentos de relaxamento. O dia a dia pode ser muito estressante às vezes, isso é normal por conta das demandas e das tarefas que vão surgindo. Por isso, é essencial que existam momentos de “respiro” como happy hours, intervalos rápidos, pausas para bater um papo e esfriar a cabeça, etc.
#5 Criar uma conexão forte entre equipes e entre líderes e liderados
Por fim, também é muito importante estimular uma ótima comunicação e conexão entre todos da equipe. Mesmo que não seja uma obrigação estar em contato toda hora, é essencial que existam pessoas de confiança ali por perto, pessoas que você possa conversar e se sentir bem. Isso faz toda diferença no dia a dia.
O segredo para mudar um time que não anda muito bem é transformando a sua gestão para algo mais humanizado, flexível e inovador. E cabe aos líderes e gestores cuidarem de seus colaboradores para manter a integridade da empresa e isso está muito relacionado com a cultura organizacional.
O esgotamento profissional não é um problema só do colaborador, a empresa está 100% relacionada com essa questão. Por isso, olhe para todos esses fatores e cuide das pessoas da sua empresa. Afinal, o que é uma empresa sem seus colaboradores?
Manuela Centeno
Adorei o conteúdo, faz muito sentido!