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Você, com certeza, já viu diversas situações de layoff e/ou demissão em massa, principalmente nas empresas de tech. Apesar dessas práticas parecerem novas no mercado, elas sempre existiram. Porém, com sua ascensão devido aos problemas no mercado, muitas empresas sentem dificuldade na gestão dessas situações.

Com a chegada da pandemia e toda a instabilidade do mercado, muitas empresas estão tendo que usar o layoff ou a demissão em massa como uma opção de sobrevivência no futuro do mercado. Mas chegar a esta situação é uma das tarefas mais desafiadoras para os gestores.

Sabemos que estes são assuntos um tanto quanto delicados, mas vamos trazer uma abordagem mais estratégica possível para ajudar empresas que passam pela situação.

O que é o layoff?

Precisamos explicar com maior clareza o layoff, porque muitos confundem esse termo com demissão em massa, porém são coisas diferentes.

Ao contrário da demissão que conhecemos, no qual o colaborador é desligado da empresa sem previsão de retorno, o layoff é uma suspensão temporária do contrato de trabalho. Ou seja, o funcionário permanece com o vínculo empregatício e deve voltar depois de um determinado período de tempo.

Outra forma de acontecer um layoff é através da redução temporária da jornada de trabalho de um colaborador, impactando, consequentemente, a hora paga.

Sim, o layoff é uma prática prevista por lei para o funcionário CLT e, ao seguir as regras corretamente, qualquer empresa pode pedir esta suspensão de contrato.

O que é a demissão em massa?

Agora a demissão em massa, também conhecida como dispensa coletiva, como você deve imaginar, é o desligamento de um grupo de funcionários por um mesmo motivo e sem a necessidade de recontratação para substituir a força de trabalho dessas pessoas.

Vale ressaltar que na demissão em massa o intuito é a redução do seu quadro de empregados por um único motivo, não dependendo da quantidade específica de funcionários que são desligados.

Ao contrário do layoff, na demissão em massa a quebra no contrato de trabalho é definitiva, é um desligamento como conhecemos. A dispensa coletiva também é assegurada por lei, porém a empresa só pode realizar o desligamento após uma negociação com o sindicato.

Mas por que está acontecendo tantos layoffs e demissões?

Tudo começou devido à pandemia da COVID-19. Muitas empresas fizeram grandes investimentos na contratação de talentos durante o auge do lockdown, afinal o cenário era favorável para expansão por conta da rápida transformação digital.

Para você ter noção, a Microsoft, por exemplo, aumentou sua força de trabalho em 50% no período da pandemia, a Alphabet, em 57% e por aí vai.

Porém, atualmente, as coisas mudaram. Estamos passando por um momento no qual o contexto econômico é incerto, a inflação está em alta, vivemos um período de guerra, países estão endividados por conta da pandemia e muito mais.

Qual o resultado de tudo isso? Empresas perdem seus valores de mercado e, consequentemente, precisam desligar grande parte de seus colaboradores ou realizar o afastamento para sobreviver financeiramente. Até porque, não podemos esquecer que a competitividade está cada vez mais alta, dificultando mais ainda para as empresas.

Layoff ou demissão em massa?

Não existe cenário positivo quando falamos tanto de layoff, quanto em demissão em massa. Infelizmente, se sua empresa precisa de uma estratégia com estas para sobreviver à crise, é preciso pensar a longo prazo.

O primeiro ponto que você pode considerar ao escolher entre layoff ou demissão em massa é o planejamento e previsões a longo prazo da sua empresa.

O layoff, de fato, parece ser o mais adequado e menos prejudicial aos profissionais, porém nem todo negócio consegue sustentar esta estratégia. Pensar no futuro, pode te ajudar a fazer uma decisão.

Como garantir um layoff ou demissão em massa mais humanizado?

Independe de qual estratégia sua empresa vai usar para fazer cortes de gastos com pessoas, vale lembrar que nenhuma situação vai ser agradável. Nem para a empresa e, muito menos, para o colaborador.

Ao fazer um layoff ou uma demissão, é preciso lembrar que estamos lidando com pessoas e sua gestão de crise precisa ser humanizada. Por isso, vamos te dar dicas de como gerir um momento tão delicado como este.

#1 Saiba fazer uma comunicação adequada

Seja o comunicador, um gestor ou até o CEO da empresa, é preciso que a comunicação seja assertiva, não violenta, transparente e honesta. Esta é uma forma de garantir a humanidade e ajudar os funcionários a entenderem o que está acontecendo e o porquê esta decisão foi tomada.

E nunca cometa o erro de enviar vídeos genéricos e pré-gravados. Esse tipo de mensagem está longe de ser humanizada e pode gerar uma situação muito mais negativa. Sabemos que um layoff, ou uma demissão, pode impactar o employer branding e, sim, o cenário pode ser mais prejudicial quando não humanizado.

#Dica: use sua inteligência social para comunicar a situação. Caso você não saiba muito sobre o assunto, veja esta a palestra que vamos deixar a seguir.

#2 Dê oportunidade de fala para os colaboradores afetados

Sempre enfatizamos o quanto a experiência do colaborador precisa ser adequada em toda sua jornada na empresa. E vale lembrar que o desligamento, ou até mesmo a suspensão de contrato, fazem parte dessa jornada.

Uma das formas de melhorar a situação é dar voz para os profissionais afetados. Então, peça feedbacks, ouça o que eles têm para falar sobre suas experiências na organização. Além de trazer insights para uma estratégia de melhoria interna, você também dá a oportunidade de amenizar o sentimento negativo do funcionário.

#Dica: crie um espaço seguro para este momento de feedback, seja vulnerável, valide emoções, afinal é um momento de luto para os profissionais.

#3 Rode uma pesquisa de desligamento, caso necessário

Se o seu caso é de demissão em massa, uma outra alternativa de coletar feedbacks e ouvir o que seus colaboradores têm para falar, é a pesquisa de desligamento.

Seu intuito é entender a perspectiva do funcionário sobre o clima organizacional, sobre a cultura e toda sua experiência no geral com a empresa, e criar melhorias na estratégia de gestão.

#Dica: monte um questionário estratégico, mas não se esqueça de humanizar o processo de pesquisa e piorar a situação. Use a inteligência social e emocional na hora de fazer suas perguntas.

#4 Não se esqueça dos colaboradores que permanecem

Nenhuma situação de desligamento e/ou afastamento como estas são boas para o clima da empresa. Claro que os colaboradores que não foram afetados vão ficar inseguros e isso pode causar o aumento do estresse e do esgotamento psicológico.

E aí, vira uma bola de neve. Colaboradores inseguros começam a ficar insatisfeitos, improdutivos e desengajados, e no final das contas, acaba prejudicando toda a integridade da empresa.

#Atenção: um estudo mostra que reduzir uma força de trabalho por demissões ou layoffs em 1% leva a um aumento de 31% na rotatividade voluntária no ano seguinte.

#5 Não se esqueça também cuidar da cultura da empresa

Todo esse cenário, como falamos acima, pode prejudicar a integridade da empresa e, consequentemente, afetar toda a cultura.

Mas uma cultura fraca e desestruturada pode ser um dos maiores problemas para a gestão. Por isso, em momentos de crises, é preciso cuidar da cultura e reforçá-la no dia a dia dos funcionários.

#Dica: para criar uma cultura organizacional forte é preciso de inovação, humanização, flexibilidade, desenvolvimento, satisfação dos colaboradores, diversidade e comunicação assertiva. Por isso, olhe para todos esses fatores.

Considerações finais

Estamos vivendo momentos instáveis e muitas organizações estão passando por situações de muitos cortes, principalmente, financeiros.

É preciso estar preparado para fazer um layoff ou um desligamento em massa, é preciso de humanização e de estratégia. Sabemos que a situação é extremamente ruim e acaba afetando todos da empresa em níveis emocionais. Por isso, antes de pensar em números, pense sempre em pessoas.